Se você é brasileiro certamente não aguenta mais receber notícias ruins sobre economia e política. Afinal, o país está atravessando uma grave recessão econômica, além de uma profunda crise ética e institucional. O desemprego atingia mais de 14 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano: a maior taxa desde 2012. Mas a boa notícia é que a taxa de desocupação parou de piorar nas últimas análises do IBGE, indicando uma possível retomada do emprego.
Dados recentes divulgados pelo instituto demonstram que a taxa de desocupação do país caiu de 13,7% no primeiro trimestre para 13% no segundo. São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD/IBGE). A imprensa tem noticiado esses dados como sinais de uma possível retomada do emprego, apesar de a taxa ter caído muito pouco.
Já no trimestre móvel* maio-julho de 2017, a taxa foi de 12,8%. Uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre fevereiro-abril de 2017 (13,6%). A taxa ainda é alta se comparada com o primeiro trimestre do ano passado (11,3%).
Essa leve retomada do emprego, no entanto, é maior na área informal. Houve aumento, principalmente, entre os empregados sem carteira assinada (mais 468 mil pessoas) e os trabalhadores por conta própria (mais 351 mil pessoas). Já a população com carteira assinada manteve-se estável (33,3 milhões).
Os dados sobre o desemprego no Brasil demonstram uma tendência que vai além da crise. É o modelo mental E2A (escola > emprego > aposentadoria) dando sinais de que precisa ser repensado. Diante da escassez de vagas formais, os trabalhadores precisam se adaptar e encontrar outras formas de trabalhar. A crise vai passar e certamente surgirão novas vagas, mas o mundo do trabalho como o conhecemos vai caminhar cada vez mais na direção do auto-emprego.
Geração de emprego
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil gerou 103,2 mil vagas formais de emprego ao longo deste ano. Ocorreram 623,5 mil demissões no mesmo período do ano passado. Julho foi o quarto mês consecutivo de geração de postos de trabalho.
As empresas de tecnologia lideram esta tímida retomada do emprego. No primeiro semestre, houve aumento na oferta de vagas para coordenação e gerência. A demanda por marketing digital cresceu 50%. Nas indústrias química e farmacêutica, o desenvolvimento de produtos teve aumento na demanda de 25%.
São Paulo
No estado de São Paulo foram criados 62 mil postos de trabalho no primeiro semestre. Dos 370 municípios paulistas que possuem mais de 10 mil habitantes, 71% registraram geração de vagas de trabalho formais nos últimos 6 meses.
As cidades do interior tiveram aumento no número de vagas, enquanto os números ainda estão ruins na capital. A cidade de Franca foi a que mais gerou emprego no primeiro semestre, com mais de 6 mil vagas criadas. Em seguida aparecem as cidades Bebedouro e Pontal, com 5.080 e 3.076 vagas, respectivamente.
Já a cidade de São Paulo apresentou o cenário oposto: mais de 6 mil postos de trabalho fechados. Logo em seguida estão Guarulhos, com -2.758, e Osasco, cujo saldo é de -2.409.
No interior, a agropecuária e a indústria de alimentos são favorecidos pela alta no preço de commodities. O clima também está propício para a safra, existe demanda por bens essenciais e o real desvalorizado. Esses fatores estimulam as exportações e aumentam a oferta de emprego.
Mas na região metropolitana do estado, o elevado nível de desemprego e o limite de orçamento das famílias desfavorecem os setores de serviços e comércio, que se sobressaem na economia local.
Outros dados
Talvez ainda seja muito cedo para se falar em retomada do emprego. Afinal, o país ainda tem mais de 13 milhões de desempregados. E quase 3 milhões de pessoas estão em busca de emprego há pelo menos dois anos sem conseguir.
A pesquisa do IBGE mostra ainda que quase 29% dos jovens entre 18 e 24 anos estão desempregados. E cenas como esta ainda se repetem pelo país: uma fila com milhares de pessoas esperando para concorrer a uma das 200 vagas abertas em um shopping do Rio de Janeiro.
Além disso, 23,8% da força de trabalho brasileira está subutilizada. Isso representa mais de 26 milhões de pessoas. São trabalhadores que estão desocupados, que trabalham menos do que 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, ou que gostariam de trabalhar mas não procuraram trabalho ou estavam indisponíveis. A maior taxa registrada foi na região nordeste: 34,9%.
Otimismo
Ficamos felizes em saber que há um pequeno sinal de melhora nos indicadores de desemprego no Brasil. Afinal, isso representa oportunidades de trabalho e renda para mais pessoas. Manteremos nossos leitores atualizados sobre este tema. E, claro, daremos dicas para quem quer aproveitar as novas vagas que surgirem.
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Obrigado pela leitura e até a próxima!