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Q.I. (QUEM INDICA) – ROUBARAM A VAGA QUE PODERIA SER SUA. COMO VOCÊ PODE SER O(A) PRÓXIMO(A) INDICADO(A).

Empregabilidade Gestão de carreira Sem categoria

15/06/2019 - 4:51 | Publicado há 5 anos atrás

Quase todo mundo já ouviu um caso sobre alguma empresa onde só é contratado quem tem pistolão, o tal do Q.I. (quem indica). O QI original é o famoso teste psicológico, Quociente de Inteligência, utilizado ainda hoje para avaliação da capacidade intelectual dos indivíduos. Os brasileiros, criativos, usaram a sigla para dar nome ao padrinho forte, que influencia contratações.

As queixas fazem sentido. Essa influência existe em várias empresas e pode vir de um cliente importante, um intermediário estratégico, uma autoridade, etc. Também pode vir de parentes e amigos dos próprios diretores da empresa.

Mas existem indicações que são positivas e fazem parte de processos bem-sucedidos de contratação. Pesquisa conduzida em quase 28 mil processos de seleção pela plataforma Love Mondays garante que 72,5% das contratações acontece depois da indicação de alguém. O consultor americano Richard Bolles, autor do livro “Qual é a cor do seu Paraquedas?”, ensina que os contratantes querem um depoimento, de pessoa de confiança, que recomende as qualidades do candidato.

Existe uma razão para esse comportamento. Apesar do esforço das equipes de recrutamento e seleção serem corretos, os contratantes fazem uma analogia simples: Eu confio no João, então a indicação dele deve ser boa.

A prática é difundida. Existem empresas que mais do que utilizar, incentivam a indicação por parte dos funcionários, não raro oferendo recompensas. Mais uma vez se busca cumplicidade. Um funcionário não vai correr o risco de fazer uma indicação ruim, sob pena de prejudicar a sua própria carreira.

Tá bom! Você entendeu que indicações podem ter alguma lógica. Isso quer dizer que só os protegidos têm chance e você não pode fazer nada?

Pelo contrário, com algum trabalho e disciplina você pode ser o(a) próximo(a) indicado(a), mas tem lição de casa pra fazer.

COMO SER INDICADO(A) PARA UMA VAGA

Partindo do princípio, ninguém vai indicar você se não o(a) conhece. Lembre-se que não estamos falando do seu primo ou do vizinho do bairro. Então, a base de tudo é o tal networking. Você já estava desconfiando, né? Mas não fique tenso(a). Existe mais de uma forma de conquistar uma rede de relacionamentos efetiva e atuante. Vamos ver um exemplo?

Torne-se conhecido(a) – já vimos que o QI (quem indica) tem cuidados para não fazer uma indicação ruim. Afinal, ele(a) tem a própria reputação a zelar. Uma forma de deixar qualquer um a vontade para indicar você é se tornar uma referência na sua área de atuação. Você precisa “aparecer” para o mercado.

Aproveite o tempo livre para estudar – tempo é um dos recursos mais valiosos que existem. Aproveite que você não tem a rotina do emprego formal e procure se atualizar. Não precisa fazer uma pós-graduação. Leia livros, artigos, sites especializados. Com um pouco de tempo e dedicação, você poderá ser apresentado(a) como conhecedor(a) do assunto.

Produza conteúdo – não precisa fazer uma dissertação de mestrado. Em uma semana você pode ler um livro sobre a sua área de atuação. Escreva uma resenha sobre ele e publique aqui no Linkedin. Isso basta para começar. Muitas das pessoas que estão empregadas gostariam de ler esse livro e não tem tempo. Você já estará se tornando conhecido(a) e sendo útil para seus colegas de profissão. Detalhe: procure um tema atual. Você não quer ser percebido(a) como desatualizado(a), certo?

Visite empresas onde você gostaria de trabalhar – Faça uma lista dessas empresas e dos(as) chefes de departamento. Ligue e tente agendar uma visita. Certamente perguntarão qual é o assunto. Você pode responder que é um(a) estudioso(a) do tema tal (atualizado, lembra?) e deseja falar a respeito. Pode ser que você não consiga a reunião, as pessoas andam muito ocupadas. Nesse caso peça o endereço e mande pelo correio. Correio! Emails costumam ser deletados sem ler. E o papel em cima da mesa dele(a) fará lembra-lo(a) de você com frequência.

Esse é um dos roteiros que você pode seguir para se tornar um(a) profissional em condições de ser indicado(a) para uma nova oportunidade. Existem outros. O mais importante é compreender que as indicações existem e cabe a nós criarmos caminhos para nos tornarmos profissionais desejados(as) pelo mercado. Em outras palavras, para mostrar que também somos “indicáveis”.

Mais uma coisa. Depois de contratado(a), dedique um tempo para manter e até expandir o espaço que conquistou. Continue no processo de estudar e divulgar seu conhecimento sobre sua profissão. Manter a sua relevância no mercado será útil pra você mesmo depois que estiver empregado(a).

Gostou desse texto? Ficou com alguma dúvida? Faça o seu comentário. Vamos debater o tema.

Grande abraço.

Por Enes Vilela, coach e executivo de Recursos Humanos. Fundador do blog Carreira & Felicidade e da empresa Rede Especialista, lida há 20 anos com gestão de carreira e atuou na formação de mais de oito mil trabalhadores.

(publicado originariamente no LinkedIn – em 13 de março de 2019)

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