Autoconhecimento é fruto do acesso privilegiado do indivíduo aos próprios pensamentos. Tal acesso é a marca da autoridade da primeira pessoa.
Encontrei essa bonita afirmação, destacada acima, na enciclopédia digital Wikipédia!
Gostei tanto que busquei estudar o assunto. Foi uma viagem fantástica! O pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Gabriel Cardoso Galli, abriu um de seus trabalhos – Wittgenstein: sobre a autoridade da primeira pessoa – afirmando
“parece que, quando uma pessoa diz que sente dor, ninguém mais do que ela deve saber se ela sente dor ou não; afinal, trata-se de sua dor, ou seja, é algo que tal pessoa possui”.
Conhecer a própria dor não significa que sabemos sua causa. Mas significa, a princípio, que nenhuma outra pessoa tem como agir para anuncia-la ao mundo. Isso quer dizer que nossa mente, pensamentos, sensações e sonhos, tem apenas a nossa própria voz para se expressar.
A sociedade de hoje não estimula ninguém a pensar sobre o que se quer. Talvez seja perigoso!
Mas existe uma música de Roberto de Carvalho, cantada lindamente por Rita Lee que fala bem sobre isso. Veja:
O autoconhecimento permite mais do que falar de si para os outros. Possibilita, principalmente, falar para nós mesmos.
Quantas vezes nos surpreendemos com nosso próprio pensamento após alguma reflexão? Quantas vezes agimos por impulso e somente depois refletimos? Quantas vezes nos descobrimos gostando de algo que nunca imaginaríamos apreciar?
É preciso pensar a respeito para desvendar o que nos vai na alma. Os rumos da nossa vida nem sempre estão claros. Nem sempre é fácil saber o que fazer.
Por outro lado, uma vez ciente do que eu quero, como deixar de querer? Como recusar coragem para buscar meus próprios interesses? Como deixar de fazer acontecer, depois de tomada a minha decisão?
O autoconhecimento não é algo trivial. É algo que requer maturidade e reflexão. Vai além de saber o que eu quero, mas também como eu penso, como ajo, e o que está de acordo com os meus princípios e valores.
O autoconhecimento, fazendo uso da introdução proposta por Galli, é tão intrínseco à minha pessoa como são minhas dores. A dor de ser quem eu sou.
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- Você sabe o que quer?
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- Sua família sabe o que você quer?
- Seus amigos, colegas de trabalho, chefes ou subordinados, sabem o que você quer?
- Se não, como poderão ajudar você?