Em pesquisa divulgada na última terça-feira (12), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a digitalização do processo produtivo industrial deve atingir 21,8% das empresas brasileiras em dez anos. Esse percentual hoje é de 1,6%.
A pesquisa levou em consideração a expectativa de mais de 750 grandes e médias indústrias brasileiras e multinacionais em relação a adoção de tecnologias 4.0. A iniciativa é parte do Projeto Indústria 2027, da CNI e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL). A realização acontece em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
TECNOLOGIA 4.0
A pesquisa classificou quatro gerações de tecnologias digitais para a sondagem:
1) Produção pontual de TICs (tecnologias da informação e da comunicação).
2) Automação flexível com o uso de TICs sem integração ou parcialmente integradas.
3) Uso de tecnologias integradas e conectadas em todas as áreas.
4) Uso integrado de tecnologias avançadas da automação, do controle e da tecnologia da inovação em processos de manufatura.
O termo “Tecnologia 4.0” refere-se ao mais elevado nível de conexão da produção. É a Geração 4: tecnologias da informação e da comunicação (TIC) integradas, fábricas conectadas e processos inteligentes, com capacidade de subsidiar gestores com informações para tomada de decisão.
A indústria 4.0 é também conhecida como a quarta revolução industrial. As mudanças envolvem questões como o uso de robótica, de novos materiais, de biotecnologia, de armazenamento de energia, big data, entre outros.
EXPECTATIVA
Os empresários esperam que os estágios 3 e 4 avancem na próxima década. O nível 3 passará de 20,5% para 36,9%. Os demais níveis devem recuar, abrindo espaço para empresas mais conectadas. O estudo indica que, atualmente, 77,8% das empresas brasileiras ainda estão nas gerações tecnológicas 1 e 2. O maior percentual, em dez anos, estaria concentrado nos níveis 3 e 4, com 58,7% das indústrias.
As tecnologias 4.0 influenciarão ainda áreas como o relacionamento com fornecedores. 77,3% dos entrevistados disseram que a probabilidade é alta ou muito alta de as tecnologias digitais serem dominantes nessa relação.
Paulo Mól, superintendente nacional do IEL, avalia que as transformações servirão para aumentar a produtividade, reduzir o custo de produção e tornar as empresas mais competitivas.
“Passaremos os próximos dez anos em um processo de transformação industrial muito intenso, com as empresas, de fato, buscando trazer essa tecnologia disruptiva e implementando essas práticas dentro do seu modo de produção”, disse em entrevista à Agência Brasil.