Nas celebrações no fim de ano, é provável que um dos temas mais recorrentes será o da crise econômica que atingiu o país neste 2015. Muito já foi dito e escrito sobre isso, mas quero me ater a um ponto específico – líderes.
Desde que começamos a ter opinião própria, lá pelos 10 anos, questionamos nossos líderes. A princípio criticando pais, mães, tios e avós. Professores e funcionários das escolas, então, são alvos preferidos. Mais tarde, adultos, avaliamos com rigor as universidades, clubes, empresas, políticos e tudo o mais que pretenda controlar e normatizar nossa vida e comportamento.
A maioria de nós seremos críticos até a morte. No entanto, ao longo da vida, nos lembraremos com respeito e afeto dos bons líderes. Seremos gratos até pelas vezes em que foram rigorosos e, não raro, por quando contrariaram nossas vontades.
É comum que se ressalte as virtudes da liderança. Mas a verdade é que bons líderes também erram, falham, fraquejam e choram. São humanos, pois!
De onde vem, então, a luz que emana diferente desses seres especiais? Que segredos guardam?
Liderar é algo difícil de ensinar e que se aprende com muito sacrifício. É fruto de trabalho duro e de profunda dedicação. Um bom exemplo está em casa. Dificilmente alguém tem aulas de maternidade ou paternidade. Mais dificilmente ainda, alguém quer errar nessa missão. A cada dia da vida, mães e pais farão de tudo para acertar.
Nas empresas, porém, a entrega dos líderes costuma ser menor. Não conheço quem queira ser um líder ruim. Mas é raro quem se permita buscar seus objetivos apostando todas as fichas no desempenho dos liderados. Essa seria a essência da delegação. Mas é difícil confiar. Nos casos realmente significativos ou nas situações de crise, a tendência é “pôr a mão”.
Não há nada de errado em ter objetivos maiores e cultivar a ambição sadia do crescimento profissional. Talvez o erro esteja no caminho escolhido. Talvez devêssemos saborear as conquistas através de nossas equipes, e não apesar delas. Talvez os desafios previstos para o ano novo sejam a oportunidade para aprendermos a ser mais humanos – a errar, falhar, fraquejar e chorar. A permitir que os liderados cresçam, se realizem e se tornem suficientes, para que sejamos dispensáveis. E alçados a níveis mais altos de liderança.
Feliz 2016!
Publicado originariamente no Linkedin – em 27/12/2015