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24 Motivos para Acreditar que o Mundo do Trabalho Mudou

Gestão de carreira

03/04/2017 - 10:07 | Publicado há 7 anos atrás

Economia colaborativa: guarde estas palavras! Para começar, leia a história abaixo.

Depois de muita reflexão, a jovem esposa se sentou à mesa e começou a redigir o bilhete sobre o qual pensava há tanto tempo. Depois que terminou de escrever, ficou mais alguns instantes sentada, como que recordando algo. Depois, levantou-se, pegou sua bolsa e saiu. Sobre a mesa ficaram apenas a caneta e o bilhete:

Não vou mentir para você. Conheci alguém novo…

Eu e você passamos bons momentos juntos, mas ultimamente não tem funcionado. As constantes brigas, todas as coisas que fiz por você – e você nunca ligou para as minhas necessidades.

Sinto que tenha terminado assim, mas é tempo de seguir em frente, para nós dois.

Por favor, não me ligue,

P.S.: Ela se chama Economia Baseada em Recursos, e quero passar meu futuro com ela.

Eu criei a ambientação da jovem esposa que escreve, mas confesso que o texto do bilhete não é meu. Fiz uma pequena adaptação do original do canal do Movimento Bertioga Z, no Youtube (créditos no final do artigo).

O movimento traduz uma nova (nova mesmo?) abordagem para os recursos finitos do planeta, que precisam ser melhor utilizados, mudando a maneira como as pessoas comem, se vestem, utilizam transporte, saem de férias e financiam suas atividades.

Neste artigo, vamos conhecer várias outras iniciativas que têm sido criadas na esteira da crise econômica mundial e a revolução cultural provocada pela chamada sociedade digital.

O que você faz para viver?

Essa pergunta típica da cultura norte-americana sempre me fascinou. Ela pressupõe a regra moral de que todos devem se responsabilizar pela própria sobrevivência. É também uma confirmação de outro dito popular que atesta: “o homem é o que faz”.

Minha pesquisa sobre os temas que antecederam a criação do blog Carreira e Felicidade consumiram mais de 5000 horas de estudo. Para se ter uma ideia do que esse tempo representa, o curso de mestrado, que confere o direito de dar aulas em cursos de graduação, em uma das mais renomadas instituições de ensino superior do país, tem carga horária de 510 horas/aula.

Uma das surpresas que encontrei foi que a chamada economia colaborativa ou compartilhada era muito mais do que apenas um modismo. Ela tem se tornado uma nova forma de responder a pergunta dos americanos.

Economia Colaborativa

Um artigo publicado em 2015, na plataforma online da Revista Forbes, afirmava que a economia colaborativa movimentava um mercado de 17 bilhões de dólares e proporcionava 60.000 empregos, no mundo. Na mesma publicação, a consultoria PwC estimava que em dez anos, em 2025, portanto, representaria 335 bilhões de dólares em vendas. A revista Time, uma das mais prestigiadas do mundo incluiu a economia colaborativa entre as “10 ideias que mudarão o mundo”.

A colaboração entre os principais atores em alguns negócios não chega a ser grande novidade. O varejo se desenvolveu bastante com o autosserviço. Você já sabe que o Google usa as próprias informações do usuário para lhe oferecer opções de compras. Você também conhece os modelos de negócios de Uber, Airbnb e Mercado Livre,  para ficar com um sucesso nacional. A inovação trazida por essa nova maneira de trabalhar e fazer negócios é a simplicidade e a responsabilidade social.

10 Motivos para acreditar

Os principais veículos de comunicação do país publicaram, nos últimos meses, sua lista de negócios que movimentam a economia colaborativa. Nós conferimos e atualizamos essas informações e disponibilizamos abaixo para você:

AIESEC – Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales. Começamos por aqui, uma iniciativa que teve início em 1948, ainda no cenário do pós-Segunda Guerra Mundial. Estudantes de 6 países entenderam que precisavam fazer algo para criar relações entre os países e os jovens cidadãos. Apesar de fundada há tanto tempo, é uma iniciativa visionária e totalmente integrada com a atualíssima economia compartilhada.

WWOOF – World Wide Opportunities on Organic Farms (Oportunidades Mundiais em Quintas Biológicas). Outra sigla longeva, a WWOOF nasceu em Londres, Inglaterra, em 1971. Iniciativa de uma secretária para proporcionar acesso ao campo às pessoas que viviam nas cidades. Começou com uma experiência-piloto de um fim-de-semana para quatro pessoas e oferece oportunidades de voluntariado e estadia em fazendas em todo o mundo.

Worldpackers – conecta viajante e hospedagem em um esquema de troca das habilidades do hóspede pela estadia. É uma forma de conhecer uma nova cidade e/ou país sem gastar dinheiro com hospedagem. Como o viajante não precisa trabalhar em tempo integral, pode aproveitar para fazer cursos de desenvolvimento ou de línguas. São mais de 700 oportunidades de hospedagem em mais de 90 países.

CouchSurfing – variação do famoso Airbnb, conhecido como o maior hotel do mundo. Ao invés de alugar um quarto, troca uma hospedagem no sofá, pela disposição de também receber seu anfitrião em casa. Uma boa opção para quem viaja com pouco dinheiro e quer se relacionar com as pessoas do seu destino, o site garante que apoia 4 milhões de viajantes por ano.

Bliive – o nome é uma brincadeira com a palavra em inglês believe (acreditar). No site a afirmação “nós acreditamos no poder das pessoas compartilhando tempo”. É a essência da proposta. As pessoas compartilham seu tempo e talento e ganham uma moeda virtual o “time money” para trocar pelos serviços e talentos de outro usuário.

Time Republik – outra opção para usar sua competência e disponibilidade de tempo como moeda de troca. É uma espécie de banco onde é o seu tempo que paga pelos serviços utilizados. Tem uma versão gratuita para smartphones e tablets, e informa reunir mais de 100.000 talentos em todo o mundo.

Blablacar – é uma comunidade de caronas. Criada na França, possui uma plataforma que conecta os interessados em compartilhar os custos das viagens de carro entre as cidades.  O site Wikipedia informa que a “BlaBlaCar tem mais de 35 milhões de membros em 22 países”, entre eles o Brasil.

House of All – conjunto de negócios do mesmo empreendedor baseado na economia colaborativa. São casas adaptadas, onde você pode ser dono de uma cozinha profissional por um dia, compartilhar seu guarda roupa ou dar uma aula em um auditório compartilhado. A sede é em São Paulo, mas começa a se espalhar.

Benfeitoria – plataforma de financiamento coletivo, inovadora no seu mercado, em todo o mundo. Se diferencia de outros modelos de crowdfunding por não cobrar percentual sobre o valor arrecadado. Já soma mais de 100.000 benfeitores.

Já Fez as Malas? – site gerador de conteúdo, com produção própria e independente, que ajuda brasileiros que querem morar fora do Brasil ou fazer viagens internacionais. Também é fonte de informações sobre oportunidades de viajar sem gastar (quase) nada.

O escambo é velho ou novo? – 14 motivos para você decidir

O escambo surgiu na pré-história. O empreendedor Tomás de Lara, cofundador da Engage, afirma em uma websérie para a Endeavor Brasil que o fenômeno da economia colaborativa é ancestral: “povos indígenas e comunidades já tinham isso de compartilhar, de acessar as coisas dos outros, de trocar”. Por outro lado, nunca deixou de existir. Veja abaixo o extrato de um anúncio virtual da Universidade de Brasília.

A Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA/DAC) organiza a primeira edição do EscambaUnB: Feira de Artesanato, Cultura e Escambo da Universidade de Brasília (UnB).

O evento é destinado aos membros da comunidade universitária – alunos, professores, servidores técnico-administrativo e terceirizados

O projeto visa promover o intercâmbio cultural e artístico entre a comunidade acadêmica e incentivar a cultura da economia colaborativa dentro da Universidade. A intenção é estimular o desenvolvimento de um ambiente que inspire o consumo sustentável por meio do artesanato, da cultura e do escambo.

Um estudo do BID –Banco Interamericano de Desenvolvimento afirma que o Brasil é o líder em iniciativas desse tipo na América Latina. Mas esse tipo de iniciativa não é fácil. O site Escambo Fotográfico parece ter se tornado um comércio eletrônico especializado em fotografia. O que não tem nada de errado. Várias companhias conhecidas começaram em uma atividade e, com o tempo, migraram para outro negócio.

“Esse tipo de iniciativa vai ser cada vez mais comum. No começo do Airbnb, as pessoas tinham um pouco de medo, de receio de se hospedar na casa de um desconhecido, porque é uma cultura diferente, mas acho que essa iniciativa já não tem volta”, explica Camila do Tem Açúcar?, em uma entrevista ao jornal El País.

Assim como fizemos antes, listamos a seguir outros negócios da economia digital, dessa vez mais focados na ideia do escambo, puro e simples.

Tem Açúcar? – site gratuito que promove o compartilhamento de produtos domésticos e ferramentas. Foca no fato de que muitas pessoas acabam comprando coisas que usarão muito pouco. O site tem atualmente 106 mil inscritos em todo o Brasil.

Tradaq – Site de permutas corporativas, com mais de 10 anos de atuação no Brasil. Define-se como a maior rede de permutas do país e explica “Quando uma empresa paga uma compra em permuta, isto é, com a venda de seu próprio produto, ela tem uma economia equivalente ao lucro marginal da sua venda.”.

Tradr – aplicativo promove o encontro de pessoas que querem realizar trocas. O usuário curte ou rejeita itens e, em caso de aprovação, abre-se um chat. “Fizemos 5.000 transações em maio”, diz a CEO da empresa, Jéssica Behrens.

Descola Ai – A apresentação, sensacional, foi retirada do próprio site. “Essa ideia nasceu nos Estados Unidos, nos anos 2000, como uma alternativa ao modelo de consumo excessivo que marcou a sociedade norte-americana nos anos 80. Lá, por exemplo, há mais de 50 milhões de furadeiras no mercado e, em média, cada uma delas é usada em toda a sua vida útil, de 6 a 13 minutos”.

Nightswapping – O interessado em se hospedar de graça em outra cidade deve primeiro receber turistas em sua casa. Mais de 250.000 membros e 30.000 acomodações em 160 países.

Escambo – É um grupo fechado do Facebook, que reúne mais de 33.000 pessoas, voltado para a negociação de permutas. Tem um processo rápido e há grande variedade de itens, mas precisa de aprovação para ser admitido.

Dots – São mais de 86.000 membros, cada um com um dote especial. Lançou recentemente um projeto de crowdfunding para financiar sua transformação em uma plataforma própria.

Brincou Trocou – Site e aplicativo especializado em brinquedos. Utiliza uma moeda digital para facilitar os processos de troca.

Quintal de Trocas – Plataforma que conecta pessoas. Defende que todos possam usufruir de tudo aquilo que foi feito utilizando os recursos naturais, porém, sem exigir ainda mais do planeta e sem sobrecarregar nosso Ecossistema. Reúne a atriz Carolina Guedes e outros empreendedores, entre eles o escritor Gustavo Tanaka, entusiasta da nova economia.

Livra Livro – Criado em 2009, o site incentiva o intercâmbio de livros. Depois de se cadastrar, a pessoa pode fazer o escambo de um título do seu acervo por outro de um usuário.

Skoob – Outro site de troca de livros, tem mais de 1.200.000 obras no catálogo. São cerca de 280.000 usuários ativos no país e realiza 5.000 trocas mensais.

Espichamos – Todos sabem o quão rápido as crianças crescem. Funciona como em um e-commerce, a pessoa cria uma loja e disponibiliza seus itens. Em seguida, escolhe um artigo de outra pessoa e propõe a transação.

Trocaí – Mais do que o site, é um projeto de economia compartilhada,  que reúne diversas atividades por um consumo mais consciente: feiras de trocas, palestras e workshops, consultorias de moda sustentável e oficinas de educação ambiental.

Troco Perfume – Site especializado no escambo dos perfumes. Se as duas partes aceitarem negociar seus artigos, devem marcar um encontro para concretizar a permuta.

Economia colaborativa: para encerrar, só não troque sua esperança de ter uma carreira feliz

Depois de mais de 10 anos de observações e estudos, e uma pesquisa concentrada nos últimos 18 meses, eu criei a expressão Modelo Mental E2A para me referir à forma mais comum de obtenção de trabalho e renda existente no mundo. Você pode ler o ensaio completo sobre este tema aqui.

No entanto, o mundo parece estar descobrindo outras formas de fazer negócios. Até a gigante do comércio varejista, Magazine Luiza, embarcou na onda e criou um site de comércio eletrônico onde o usuário é um vendedor online. O site promete que você pode criar a sua loja em poucos minutos. Em 2016, ano do auge da crise econômica no Brasil, as vendas da Magazine Luiza cresceram 32,2% nos canais digitais.

Pesquisando para este artigo, encontramos o blog Me Poupe na Web, da jornalista Nathalia Arcuri, com várias dicas interessantes. Na parte final deste artigo você encontrará o link para acessar um artigo da também jornalista Luciane Costa, sobre como obter alguma renda nessa época de crise. É pouco provável que você fique rico. Mas é uma forma de sair do modelo quadrado do emprego formal.

O título do artigo é “Ganhe dinheiro com suas habilidades!”. Muita gente torce o nariz para esse tipo de sugestão, por achar que é coisa de quem faz “bico”, tem um hobby ou não tem uma profissão definida. É um vício do Modelo Mental E2A, do emprego, que embaralha nosso julgamento. Mas, como todo preconceito, é uma tolice. Afinal, só ganhamos dinheiro com nossas habilidades. E nada melhor do que conseguir isso de uma forma feliz.

Venha ser feliz com a gente!

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Por Enes Vilela, coach e executivo de Recursos Humanos. Fundador do blog Carreira & Felicidade e da empresa Rede Especialista, lida há 20 anos com gestão de carreira e atuou na formação de mais de oito mil trabalhadores.

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